O vereador Luiz Carlos Rossini (PV) comandou o manifesto “Salvem o Cantareira – Água para Todos”, que reuniu cerca de 400 pessoas num dos braços secos do reservatório Jacareí do Sistema Cantareira. O ato, idealizado por Rossini e promovido pelo Consórcio das Bacias dos Rios PCJ (Piracicaba, Capivari e Jundiaí) e o Conselho Fiscal da entidade, sensibilizou a comunidade e chamou a atenção do poder público sobre o valor econômico da água.

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O evento foi realizado em Piracaia, em um dos braços que formam o reservatório Jaguari/Jacareí, o maior do Sistema Cantareira, que opera atualmente 4,18%. O Sistema como um todo opera a 11,51%, o índice mais baixo da sua história. “O cenário que temos pela frente não é de tranquilidade. O Cantareira está sendo esvaziado. O volume de água no Atibaia está caindo sem parar. Precisamos estar preparados para uma das piores crises hídricas do século”, afirmou Rossini.

Durante o ato, que contou com a participação de diversas autoridades entre vereadores, deputados estaduais e deputados federais, foi apresentado e distribuído as 39 reivindicações que os organizadores do evento irão protocolar nos próximos dias junto aos órgãos gestores, como a Agência Nacional de Águas (ANA), Departamento de Água e Energia Elétrica (DAEE), Ministério do Meio Ambiente e à Secretária de Saneamento e Recursos Hídricos do Estado de São Paulo.

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O manifesto tem como objetivo central alertar ao poder público sobre os riscos econômicos que envolvem o comprometimento da disponibilidade hídrica dos dois principais parques industriais do Brasil: a Região da Grande São Paulo e as Bacias PCJ, onde estão situadas a Região Metropolitana de Campinas, os aglomerados urbanos de Piracicaba e Jundiaí, que dependem em grande parte da água que vem do Sistema Cantareira. O evento pretende enaltecer o valor econômico da água e os reflexos que isso pode causar à economia do Brasil.

No documento que está sendo produzido para o evento, alerta para “toda a sociedade sobre a crise provocada pela escassez hídrica, na região Sudeste Brasileira, sendo irradiada das regiões abastecidas pelo “Sistema Cantareira”, cabeceiras do Rio Piracicaba, ressaltando que a água é um bem finito e possui valor econômico, ao mesmo tempo, propondo soluções a curto, médio e longo prazo, quanto aos efeitos dos eventos extremos”.

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Dentre as propostas que serão apresentadas se destacam as reivindicações: declaração de “Estado de Calamidade Pública” nas questões hídricas para as Bacias Hidrográficas do PCJ e Alto Tietê, com liberação imediata de recursos financeiros, pelos governos estaduais, envolvidos e União; a redução drástica do consumo de água, preservando, assim, o volume morto do Sistema Cantareira; incentivos à fabricação de materiais hidráulicos que otimizem o consumo de água; estimular em construções novas e já existentes a implantação de armazenamento de água de chuva e que as Câmara de vereadores das duas bacias hidrográficas envolvidas, criem leis de exigência de construção de cisternas para armazenamento de água pluviais, para novas construções com área igual ou superior a 500 metros quadrados, prevenindo, ao mesmo tempo, a ocorrência de enchentes e inundações, a exemplo do município de Rio Claro (SP).

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O documento ainda destaca a suspensão de aprovações de novos loteamentos e expansões urbanas nas regiões direta ou indiretamente envolvidas com o Sistema Cantareira, além de solicitar recursos para desenvolvimento do ecoturismo na região de cabeceira do sistema e projetos de preservação dos recursos hídricos nas bacias hidrográficas. No total, serão apresentadas 39 reivindicações que deverão ser encaminhadas aos órgãos gestores e aos governos, Federal e do Estado de São Paulo.