A Câmara Municipal de Campinas aprovou em definitivo projeto de lei dos vereadores e Luiz Rossini (PV) e Ailton da farmácia (PSD) que estabelece medidas de proteção a abelhas silvestres sem ferrão, que segundo os parlamentares autores são consideradas fundamentais para polinização de plantas nativas, estabilidade dos ecossistemas e sustentabilidade da agricultura.

O projeto determina que devem ser protegidas as abelhas que estiverem em locais como redes elétricas, edificações com risco de desabamento, cavidades de árvores e muros. Para isso, obrigando que seja solicitado que especialistas na remoção, cadastrados no Ibama e no município, façam o resgate.

“Muitas vezes a pessoa vê um enxame, localiza a colmeia e a primeira atitude é colocar fogo. Contudo, essas abelhas precisam ser removidas. Elas sobrevivem há anos aos efeitos da natureza, porém a ação do homem é devastadora e, ao destruí-las, o ser humano inconscientemente gera também a destruição do meio ambiente”, diz Ailton da Farmácia.

Luiz Rossini enfatiza que a lei aprovada – que precisa agora ser sancionada pelo prefeito para ter efeito – é pioneira e, além de ser um diferencial na questão ambiental, deverá ter papel fundamental para propagar ações educativas de proteção às abelhas. “Com o projeto, estamos envolvendo o Poder Público na educação ambiental. Estamos lançando a semente de uma série de ações, como transformar Campinas na primeira ‘Cidade Amiga das Abelhas’. Vamos despertar a nossa consciência e atenção para a garantia de biodiversidade e produção de alimentos”, diz.

O uso indiscriminado de agrotóxicos nas lavouras é outro problema. De acordo com os vereadores, a ação humana e a forma como o homem está usando a agricultura têm causado impactos severos na reprodução das abelhas. Os vereadores argumentaram que as abelhas surgiram há cerca de 125 milhões de anos; são 20 mil espécies no mundo, sendo 420 que vivem em comunidade. Destas, 300 espécies estão no Brasil.