A coordenadora da Câmara Temática da Assistência Social da Agemcamp (Agência Metropolitana de Campinas), Dulce Maria de Paula Souza, desmitificou na Comissão Especial de Estudos sobre População de Rua que existe transferência organizada de moradores de rua entre as cidades da Região Metropolitana de Campinas.

“É mito essa história de que municípios da região lotam vans e peruas com moradores de rua e os deixam em Campinas. Desde 2009, existe um protocolo de atendimento que institui um pacto organizado e um modelo a ser seguido, que leva em conta um conjunto integrado de ações de iniciativa pública e da sociedade. E em nenhum momento, essa forma de locomoção é admitida”, disse Dulce, que é assistente Social graduada pela PUC-Campinas e hoje está à frente da Secretaria de Desenvolvimento Social e Habitação de Valinhos.

A questão da transferência de moradores de rua nesses moldes foi levantada por comerciantes na Comissão de Estudos em reunião anterior. “A cada encontro aprendemos mais sobre a população de rua. Muitas coisas estão sendo desmitificadas, inclusive esta”, ponderou Luiz Rossini (PV), presidente da Comissão.

Dulce fez um histórico de como a Agemcamp atuou em relação ao tema e cujo o marco foi a construção do protocolo em 2009, com a participação Nepp (Núcleo de Estudos de Políticas Públicas) da Unicamp.

O Grupo de Trabalho, criado a partir do protocolo, desenvolveu uma série de ações a ser aplicadas aos municípios da RMC, levando em conta o porte de cada um deles. Foram relacionados todos os serviços e os equipamentos de atenção, bem como algumas orientações básicas como o acolhimento e o atendimento humanizado dos vários tipos de moradores que se encontram em situação de rua, cuja característica é de extrema pobreza, quebra de vínculos familiares e ausência completa de habitação.

“A Comissão tem como objetivo fazer um diagnóstico da atual realidade dos moradores de rua, bem como conhecer as políticas públicas de todas as áreas adotadas não só no município como na região, e propor soluções para ajudar a amenizar a dificuldade das pessoas que vivem em situação de rua”, definiu Rossini.

No âmbito da RMC, Dulce afirmou que gostaria de atualizar as normas do protocolo dentro do parâmetro da modernidade e da intersetorialidade, envolvendo não só a assistência social, mas também outros setores como a saúde e a educação, por exemplo.

O vereador Marcos Bernardelli (PSDB), relator da Comissão, se comprometeu a fornecer não só o relatório final da Comissão à Agemcamp, mas também todas os anexos e as gravações realizadas pela Comissão. Participaram ainda do encontro os vereadores Paulo Haddad (PPS) e Carlinhos Camelô (PCdoB).